sexta-feira, 28 de julho de 2017

REINO METAZOA


Olá, caros leitores! Bem-vindos a mais um post do Blog Cientista! Hoje daremos introdução ao estudo dos metazoários, ou seja, os animais, pertencentes ao Reino Animal, também chamado de Animalia ou Metazoa. Confira nosso resumo sobre o assunto!


Na imagem acima, podemos ver as relações evolutivas entre os diferentes táxons do reino Metazoa. Evidências morfológicas indicam que toda a diversidade animal existente no planeta surgiu a partir de um ancestral comum, que viveu entre 875 e 675 milhões de anos atrás. Existem diversas teorias que tentam explicar as origens deste reino e quem seria este ancestral comum. A seguir, veremos algumas destas hipóteses.


1                              1.      Teoria Sincicial
Proposta por Hadzi (1953), dizia que os primeiros metazoários surgiram através do crescimento e da divisão celular de um protista. Segundo ele, este protozoário seria ciliado e multinuclear, com simetria bilateral e sem a presença de celoma (acelomado). De acordo com esta teoria, seria a partir da evolução deste organismo que surgiria o reino Metazoa.
                                2.Teoria Colonial
Proposta por Haeckel (1874), dizia que o metazoário mais primitivo teria sido originado por um protozoário colonial flagelado. Haeckel defendia que o ancestral dos Metazoa era esférico e oco, como os Volvox. Já Lankester (1877) dizia que este protozoário era mais sólido, como os Pandorina. Metschnikoff (1886), por sua vez, também acreditava que esse ancestral fosse sólido, porém mais similar aos Proterospongia.
       Evidências que sustentam esta teoria:
ü  Os espermatozoides são flagelados em todos os metazoários;
ü  Nos poríferos e nos cnidários, as células monociliadas ocorrem dentro do corpo.


1                         3.      Algumas teorias polifiléticas a respeito da origem dos Metazoa


a.       Greenberg (1959)
Segundo ele, os poríferos e cnidários teriam evoluído a partir dos flagelados, enquanto os outros metazoários teriam suas origens nos ciliados ancestrais.
b.       Nursall (1962)
Ele propôs que os diferentes filos do reino Metazoa teriam surgido a partir de diferentes protistas.
                    c.       Anderson (1982)
Ele defendia a ideia de que os cnidários e os ctenóforos teriam evoluído a partir dos coanoflagelados, enquanto os outros filos teriam evoluído a partir de diferentes grupos de protistas, de forma independente.
Com o passar do tempo, os animais foram se adaptando e adquirindo novas características, relevantes para o funcionamento de seus organismos.
        o   Alimentação
A maior parte das espécies é dotada de um tubo digestório, que permite ingerir e processar o alimento dentro do próprio corpo. Porém, alguns endoparasitas dependem dos nutrientes já digeridos pelo hospedeiro, pois sua evolução levou à perda de suas estruturas digestivas.
Em busca de alimento ou de melhores condições de sobrevivência, a maior parte dos animais precisa se deslocar. Entretanto, alguns deles são sésseis, ou seja, não se deslocam - ex: esponjas e endoparasitas.


o   Percepção do ambiente e controle do organismo
Em geral, os animais possuem órgãos sensoriais, que lhes permitem reconhecer o ambiente a sua volta, captando informações importantes para a orientação. Espécies diferentes possuem órgãos sensoriais diferentes.
A maioria dos animais possui sistema nervoso, que integra e coordena o trabalho dos demais órgãos. As células nervosas captam, interpretam e respondem aos sinais emitidos pelos órgãos sensoriais - uma adaptação fundamental na sobrevivência dos animais.


o   Sustentação e movimento
Nos animais, a função do esqueleto é sustentar e formar uma base fixa para o corpo. Pode ser interno (protegendo órgãos) ou externo (exercendo papel de proteção).


o   Circulação
Diferentemente dos seres unicelulares, as células dos animais estão distantes do contato com o meio externo, o que dificulta a troca de substâncias com esse meio. Por isso, o sistema circulatório se faz presente em vários animais.
Nos vertebrados, por exemplo, uma rede de vasos transporta o sangue, impulsionado pelo coração. Esse tipo de circulação chama-se circulação fechada, pois só há sangue no interior dos vasos.
Em animais como os artrópodes, o líquido que circula no corpo também banha cavidades corporais, constituindo o que se chama de circulação aberta - já que o sangue não fica apenas nos vasos.
Os poríferos, cnidários, platelmintos e nematelmintos não possuem sistema circulatório (as trocas de substâncias ocorrem por difusão direta).


o   Respiração
O termo respiração é usado tanto para reações químicas intracelulares geradoras de energia como para trocas gasosas entre o organismo e o ambiente. Em animais pequenos, a troca gasosa é feita através de simples difusão. Já em outros animais, que necessitam de mais oxigênio, existem órgãos especializados para retirar oxigênio do ar (como pulmões) ou da água (como brânquias).


o   Excreção
As excretas são resíduos tóxicos provenientes da atividade metabólica das células, e devem ser eliminadas. A maioria dos animais de circulação fechada possui órgãos especializados para a excreção destas substâncias (como os rins nos humanos).


o   Simetria
Simetria é a semelhança de forma, posição e medida entre duas ou mais partes de um objeto quando este é cortado por um plano imaginário que passa por seu eixo central. No reino Animal, podemos perceber certos padrões de simetria.
Na simetria bilateral, os lados esquerdo e direito são semelhantes, como se fosse a imagem do outro em um espelho. Este tipo de simetria está presente em cordados, artrópodes, moluscos e anelídeos.
Na simetria radial, qualquer plano vertical que passe pelo eixo central divide o animal em “fatias” espelhadas. É possível reconhecer essa simetria em cnidários e equinodermos adultos.
A simetria bilateral costuma estar presente em animais que se locomovem rapidamente, enquanto a simetria radial é encontrada em animais mais lentos ou até mesmo sésseis.

o   Cefalização


O sistema nervoso dos cnidários foi, provavelmente, o primeiro a surgir. Eles possuem uma rede difusa de células nervosas, sem um centro que coordene e receba as respostas.
Já os moluscos e equinodermos apresentam certo grau de centralização, evidenciada pela presença de gânglios nervosos, regiões onde se concentram as células nervosas.
Em outros animais, é fácil perceber o agrupamento dos órgãos sensoriais mais elaborados e a formação de uma cabeça, num processo que chamamos de cefalização. Em artrópodes e anelídeos, a cabeça abriga os chamados gânglios cerebrais, dos quais partem cordões nervosos ligados a uma rede de gânglios menores ao longo do corpo. Nos cordados, a cabeça é o local onde se localiza o encéfalo, do qual parte uma medula espinal, conectada a uma rede de gânglios e nervos distribuídos pelo corpo.
A cefalização permite respostas mais rápidas por parte dos animais em relação às condições ambientais. A imagem abaixo mostra o sistema nervoso presente em diferentes espécies animais.
o   Embriologia dos Metazoários
Observe nos esquemas abaixo os estágios de desenvolvimento embrionário de um Metazoa.
o   Folhetos embrionários
Como mostrado no esquema acima, o processo de gastrulação gera camadas de células, que chamamos de folhetos embrionários. Os cnidários são classificados como diblásticos, pois apresentam dois folhetos, denominados ectoderme e endoderme. Já nos demais filos, há uma terceira camada, chamada mesoderme. Animais que possuem três folhetos embrionários são denominados triblásticos.

o   Celoma - espaço dos órgãos internos

Grande parte dos filos do reino Animalia é formada por animais considerados celomados, pois possuem celoma, uma cavidade totalmente delimitada pela mesoderme. O celoma cumpre diversas funções, como abrigar órgãos internos e facilitar o transporte de nutrientes e excretas.

Em certos animais, como nos platelmintos, a mesoderme preenche completamente o espaço entre a ectoderme e a endoderme, e por isso são chamados acelomados.
Já outros animais, como os nematoides, apresentam uma cavidade entre a mesoderme e o tubo digestório. Como essa cavidade não é inteiramente delimitada pela mesoderme, esses seres são classificados como pseudocelomados. A ilustração abaixo esquematiza os três padrões de cavidade corpórea.

o   Metameria
A metamerização é a divisão do corpo em segmentos ou metâmeros. Em um animal segmentado, cada metâmero é separado do outro por uma camada de tecido originário da mesoderme, e os órgãos vitais estão presentes em todos os segmentos. Essa característica surgiu nos anelídeos, mas também se faz presente em artrópodes e cordados.

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