quinta-feira, 27 de abril de 2017

RESUMO DE BACTÉRIAS

Domínio Bactéria

  • Contém a maior parte dos procariontes conhecidos
  • Grupo diverso; de seres que fazer fotossíntese, como as cianobactérias, até parasitas, como as clamídias
  • Diversos grupos

Estrutura

  • Unicelulares e procariontes (não têm membrana ao redor do material genético)
  • Em média, têm 1 µm (micrômetro) de tamanho; porém, podem se unir e formar filamentos
  • Membrana plasmática sem colesterol
  • Apresenta parede celular rígida, que protege a célula e a impede de se romper perdendo água
  • Muitas têm, ainda, uma cobertura glicídica - a cápsula, que ajuda a aderência aos tecidos específicos do hospedeiro (em bactérias patogênicas, ou seja, que podem causar doenças)
  • A cápsula também protege contra bacteriófagos (ver resumo de vírus), anticorpos e perda de água

Classificação de Gram

  • Podem ser classificadas em Gram-positivas ou Gram-negativas, dependendo da estrutura da parede
  • Gram-positivas: adquirem coloração roxa ao serem expostas ao método; parede composta de uma camada de peptidioglicanos (tipo de polissacarídio) 
  • Gram-negativas: adquirem coloração rosa; também possuem outra camada, com lipídios e proteínas

Flagelos e pili

  • Flagelos: ancorados à membrana ou à parede; longo filamento proteico que gira e ajuda na movimentação 
  • Pili: ocorrem com certa frequência em bactérias patogênicas. Fibras proteicas curtas e finas que podem ajudar na adesão a tecidos (particularmente os hospedeiros)
  • Pili sexuais: presentes em algumas espécies, permitem a troca de plasmídios (ou seja, material genético) durante a conjugação.

Organização do citoplasma

Aparência granular (devido à presença de milhares de ribossomos, menores que os de células eucarióticas)
Grânulos de substância de reserva (por exemplo, amido e lipídios) e outras substâncias dissolvidas
Não tem organelas com membrana
Às vezes, a membrana celular pode se “dobrar” em invaginações - os mesossomos. Entretanto, alguns cientistas defendem que estes possam ser apenas alterações produzidas pela preparação para o microscópio - ou seja, artefatos de técnica. Ainda assim, existem pesquisadores que defendem sua existência, aumentando a superfície da membrana e fazendo com que enzimas se acumulem - além de contribuir com a divisão celular.

Material genético

Um único cromossomo circular, de DNA. Fica localizado com uma região chamada “nucleoide”, e contém as informações necessárias para sintetizar as proteínas bacterianas.
Também podem haver plasmídios - outros fragmentos circulares de moléculas de DNA, que podem trazer vantagens à bactéria; de maneira simplista, podemos vê-los como “apetrechos” que ajudam esta a realizar mais tarefas e de maneira melhor.

Formação de endósporos

Caso a bactéria seja exposta a condições ambientais muito pesadas, ela pode “construir” uma estrutura que chamamos endósporo; ela nada mais é do que uma espécie de “cápsula” com o genoma, protegida por uma grossa parede muito resistente ao calor e à perda de água (entre outras situações adversas).
Após a melhora das condições externas, o endósporo pode se reidratar, romper a parede de proteção e reiniciar seu ciclo vital como bactéria.

Reprodução

Assexuada, por bipartição ou cissiparidade.
Sempre surgem duas novas bactérias geneticamente idênticas (a não ser que haja mutação) por vez.
Costuma levar de uma a três horas, ainda que esse valor possa variar dependendo com o tipo do organismo e as condições externas, favoráveis ou não.
Cocos e bacilos podem permanecer fisicamente próximos após a divisão celular. A esse fenômeno chamamos colônias.
Apesar de a reprodução ser essencialmente assexuada, as bactérias também podem fazer transferência e recombinação de material genético. Isso aumenta seu potencial de variar o genoma (comparativamente baixo no caso da reprodução assexuada), beneficiando sua capacidade de se adaptar ao ambiente e a fatores ambientais. Nas transferências, as bactérias costumam trocar plasmídios (ver parte II) ou fragmentos do genoma principal.

Transferência e recombinação de material genético: tipos

Transformação: bactéria capta fragmentos de DNA “soltos” (geralmente com poucos genes e oriundos de outras bactérias que morreram) do meio. Curiosidade: esse processo costuma ser usado em biotecnologia!
Conjugação: transferência de DNA diretamente entre bactérias com pili sexuais (ver parte I), que se “encostam” e trocam material genético - geralmente o próprio plasmídio (chamado de “F”) que determina o surgimento desses pili, além de (possivelmente) mais tipos de material. Por fim, as bactérias se separam e continuam seu ciclo normalmente, se reproduzindo assexuadamente.
Transdução: genes transmitidos por um bacteriófago, ou seja, por um vírus (rever resumo sobre vírus para mais informações)! Está inserida no ciclo lítico do fago; este último incorpora parte do genoma da bactéria que sofre a lise (rompimento da membrana) e a repassa a outra bactéria mais tarde.

Importância das bactérias

Cumprem várias funções ecológicas, como decomposição, produção de gás oxigênio e de matéria orgânica. De uma maneira ou de outra, praticamente todos os seres vivos dependem do papel ambiental das bactérias para sobreviver.
Podem obter energia por meio da respiração celular (aeróbia ou anaeróbia), da fermentação (anaeróbia), ou ainda de ambas; além disso, podem ser autotróficas, sintetizando sua própria matéria orgânica por meio da inorgânica e da energia presentes no ambiente, ou heterotróficas, retirando a matéria orgânica “pronta” deste.

Bactérias autotróficas

Fotoautotróficas

Sintetizam matéria orgânica por meio da fotossíntese.
Responsáveis por grande parte da matéria orgânica presente nos oceanos; formam a base das cadeias alimentares aquáticas
Cianobactérias - conseguem sobreviver em ambientes inóspitos; teriam sido fundamentais para transformar a atmosfera da Terra primitiva e aumentar a concentração de gás oxigênio no ar. Hoje em dia, sao mais comuns em ambientes de água doce.
Sulfobactérias - alguns dos primeiros organismos a praticar fotossíntese no planeta, contém bacterioclorofila ao invés de clorofila - e utilizam gás sulfídrico (H2S) ao invés de água - daí o nome. Além disso, o produto final é o enxofre (S), ao invés do oxigênio. São anaeróbias obrigatórias - não suportariam viver em ambientes com oxigênio, portanto vivem em locais onde o elemento é escasso (como os fundos lodosos de alguns rios).

Quimioautotróficas

Sintetizam matéria orgânica por meio da quimiossíntese - ou seja, por meio da energia presente em compostos inorgânicos.
Utilizam a energia liberada por reações químicas de oxirredução de compostos inorgânicos para sintetizar moléculas de glicose (C6H12O6).
Podem oxidar vários tipos de compostos, como enxofre, metano ou ferro. Particularmente, as bactérias nitrificantes afetam profundamente a fertilidade do solo, oxidando amônio (NH4+) em nitrito (NO2−) e nitrato (NO3−) - fixando o nitrogênio no solo e permitindo que este seja mais tarde utilizado por plantas e indiretamente por animais que as consomem, incluindo o ser humano.

Bactérias heterotróficas

Constituem a maior parte das bactérias existentes no planeta. Podemos dividi-las em três tipos: saprofágicas, parasitas ou mutualistas.
Saprofágicas
Maior parte das heterotróficas, degradam matéria orgânica morta, como cadáveres ou fezes.
São decompositoras, efetuando a reciclagem de nutrientes - ou seja, produzindo a partir da matérias orgânica e liberando no ambiente substâncias como o gás carbônico e a amônia - que depois podem ser usadas por outros seres.
decomposição pode ser aeróbia ou anaeróbia, dependendo do ambiente e, evidentemente, das bactérias.
Parasitas
Obtém energia de matéria orgânica viva - por exemplo, o corpo de plantas e animais.
Frequentemente sao patogênicas. Um exemplo é a pneumonia, causada (entre outros tipos de agentes) por diferentes espécies de bactérias.
Mutualistas
Nas relações mutualistas, as bactérias estabelecem relações em que ambos se beneficiam com seres vivos.
Um exemplo é a bactéria E. coli, encontrada no intestino grosso e responsável por sintetizar alguns tipos de vitamina; ao mesmo tempo, o intestino dá alimento e provê um ambiente adequado para sua subsistência. Na verdade, a microbiota e a flora bacteriana do intestino como um todo sao exemplos de relações mutualistas.
   

Uso industrial

Lacticínios (coalhadas, iogurtes, queijos…): Lactobacillus sp. e Streptococcus sp.
Vinagre (transformação do álcool do vinho em ácido acético): Acetobacter sp.
Extração do antibiótico neomicina: Streptomyces sp.
Produção de insulina: Escherichia coli (geralmente), com a inserção de parte do DNA humano que produz insulina no da bactéria, fazendo com que esta o produza também.

Doenças

A maior parte das bactérias patogênicas humanas é trasmitida pelo ar ou na água e em alimentos. Assim, muitas infecções podem ser evitadas seguindo-se hábitos básicos de higiene; existem vacinas para várias, e em geral podem ser combatidas com antibióticos.
Tuberculose
Causada pela Mycobacterium tuberculosis (ou bacilo de Koch), é bastante contagiosa em ambientes fechados e mal-ventilados. Pode se instalar em vários órgãos, e o tratamento pode levar de 6 meses a 1 ano. Alguns sintomas são muco e catarro com sangue, febre, sudorese, dor no peito, cansaço e perda de peso. O número de casos no Brasil tem diminuído, mas a doença continua matando muita gente.
Tétano
Causado pelo bacilo Clostridium tetani; os esporos podem estar no solo, mas também em pregos enferrujados e objetos cortantes não esterilizados. Em caso de ferimento com algum desses elementos, é importante lavar com água e sabão o quanto antes, pois a bactéria atinge o SNC (sistema nervoso central) e pode causar rigidez muscular, dificuldade para engolir, convulsões e espasmos, que podem até mesmo levar à morte.
Meningite bacteriana
Infecção bacteriana das meninges, membranas que envolvem o SNC; a forma mais grave é causada por uma bactéria meningococo. Os sintomas aparecem rápido - e o tratamento não pode demorar, já que a doença pode deixar sequelas ou, em conjunto com a ação de outras bactérias, levar à morte em poucas horas. Os sintomas são febre alta, dor de cabeça, vômito, prostração e rigidez da nuca.
Diarreia infecciosa
Muito comum em crianças e frequentemente causada por Salmonella sp. e Shighella sp. O principal sintoma são as fezes soltas e aguadas, além de prostração e perda de apetite; pode ocorrer desidratação, por causa da grande perda de líquidos. O tratamento se baseia na ingestão de soro, no repouso e na alimentação leve e à base de arroz. Bananas, maçãs e torradas também ajudam.                                                    

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